terça-feira, 9 de março de 2010

Paz dentro do lar

Se perguntarmos a uma pessoa recém-casada qual é o bem que mais deseja na família, provavelmente responderá: “O amor”. Se fizermos a mesma pergunta a um homem ou a uma mulher já maduros, com longos anos de convivência familiar, é provável que nos responda: “A paz”. Nem todos dirão isso, certamente, mas muitos, sim. É que os anos de convívio entre marido e mulher, e entre pais e filhos, vão evidenciando que a paz é um bem inestimável, tanto mais precioso quanto mais frágil e difícil é de conseguir e de conservar. O caminho para a paz passa pelo nosso coração. Devemos descer aos porões do coração, onde diagnosticamos com firmeza as raízes do mal: o orgulho o egoísmo o comodismo, que entronizam o “eu” no centro da vida familiar; o hedonismo e utilitarismo, que atrofiam a capacidade de amar. Mas não se detém na “denúncia”, como hoje se gosta tanto de dizer. A paz é um bem que se constrói à força de virtudes, de misericórdia e humildade, de espírito de serviço e esquecimento de si, de perdão, mansidão e paciência... e, não por último, de caras sorridentes.

Poderíamos gozar de grande paz se não nos importássemos com o que dizem e fazem os outros e que não nos diz respeito. Como permanecer longamente em paz quando nos metemos nos assuntos dos outros e esquecemos olhar para o nosso lar, quando procuramos ocupações por fora ao invés de nos ocupar com nossa família, quando nunca ou muito pouco nos recolhemos? Felizes os simples, porque possuirão grande paz! Porque é que alguns são tão felizes e contemplativos? Porque se aplicaram a fazer morrer todos os seus desejos pessoais: dessa forma, puderam agarrar-se a Deus de todo o seu coração e dedicar-se livremente à sua vida com Deus e sua família. Mas nós estamos demasiado invadidos pelos nossos desejos pessoais e muitas vezes esquecemos nossa família, preocupamo-nos demasiado com o que se passa ao invés de olharmos para nossos lares... É raro que nos desembaracemos de um só defeito; o cuidado do progresso quotidiano não nos entusiasma e, por isso, mantemo-nos frios ou mornos com nossa família.
Se estivéssemos verdadeiramente mortos para nós mesmos, sem as nossas preocupações interiores, também poderíamos saborear as coisas divinas, ter alguma experiência de contemplação. O maior obstáculo, o único obstáculo, é que estamos demasiado presos às nossas paixões e aos nossos desejos para entrarmos no caminho perfeito. Quando nos acontece a menor contrariedade, deixamo-nos abater demasiado depressa e voltamo-nos para as consolações humanas. Se nos esforçássemos, como homens fortes, a permanecer firmes no combate, receberíamos certamente o socorro de Deus, porque Ele está sempre pronto a ajudar os que lutam e contam com a sua graça. Se tu soubesses que paz viria a ti, que alegria irradiaria sobre os outros, como serias mais cuidadoso com a tua família.

Referencias Bíblicas:
Filipenses 4:4 a 7
I Samuel 25:6
Mateus 10:13

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